Fala galera, o papo agora é sobre se inspirar em alguém para ter um rumo, uma referência para seguir, um objetivo para alcançar. Eu já declarei nesse tópico aqui a minha paixão por Marie Curie, pela determinação, inteligência e contribuição para a humanidade e como químico que sou, é minha referência.
Mas, como empresário acadêmico e por profissão, eu não poderia deixar de me inspirar no mestre, Henry Ford, que obviamente todos já ouviram falar e até hoje seu produto é vendido em diversos países, acho que ao menos um vez na vida, alguém já andou em um veículo Ford.
Porém, a admiração e referência não se dá porque fundou a Ford, mas como administrou essa empresa nos idos de 1903 (em 1º de maio de 1919 ele fundou aqui a primeira fábrica de automóveis do Brasil).
Ford é considerado o pai da Administração, implantou políticas de administração muito avançadas para a época, como a aplicação de metas e pagando os salários com salários maiores do que dos concorrentes sem perder a lucratividade.
Ford era considerado um excêntrico, cheio de manias e entre elas a de perfeição, já seria motivo suficiente para eu me identificar, mas o quesito inteligência e obstinação foi o que me direcionou sempre em minha carreira.
Henry Ford foi um visionário, inventou o processo chamado à época de Fordismo, que consistia na produção em série, usada até hoje nas esteiras das inúmeras fábricas dos infinitos ramos de atividade, até Ford tudo era feito um à um, a próxima peça e no caso veículo só se iniciaria quando o atual estivesse terminado, Ford então um dia, instalou trilhos no chão e o colocou um chassis sobre esses trilhos, que foi puxado e montado por vários funcionários em sequência, cada um com uma função respectiva, isso em 1920 gente!!! Estava sendo criada então, a produção em série.
Com isso Ford pode triplicar a produção em metade do tempo, mas ainda não estava satisfeito e foi aí que Ford fez algo que me fez te-lo como referência, estar sempre um passo à frente não só da concorrência, mas de todos.
Um dia, Ford foi questionado por sua instência em produzir veículos pretos, sendo que a concorrência já havia iniciado uma certa variação de cores. Ford respondeu que por ele tudo bem poderiam pintar os veículos da cor que bem entenderem, desde que fosse preto e assim talvez também tenha sido o inventor do papo reto.
Ford entendeu que a produção verticalizada estava sendo um grande problema e que seria mais eficiente se fosse horizontalizada e pra quem não sabe a diferença, verticalização é quando a empresa produz internamente todos produtos e horizontalização é quando a empresa terceiriza alguns processos de seu produtos e assim ele criou a primeira versão de montadora de veículos. Isso deu mais um gás na produção, mas… Ford era inquieto e o perfeito era pouco, a superação era quase uma obsessão a ser conquistada.
Ford percebeu que recebia as peças em caixas e que suas embalagens eram descartadas e aquilo o incomodava profundamente, as peças eram entregues em caixas de madeira e madeira era exatamente a matéria prima principal dos veículos, e por seus veículos ter como base, ele sabia muito bem o quanto lhe custava esse material e foi aí que pra mim ele demonstrou estar séculos à frente.
Ford era visto em sua época como um excêntrico, com várias manias esquisitas, mas um empresário sério e bom pagador. Antes de Ford, as peças eram quase únicas, torneadas como um todo em um mesmo local. Ford inovou com a distribuição de peças entre vários fornecedores, reduzindo assim o tempo final de produção de um veículo, pois no mesmo momento tinha vários fornecedores produzindo partes de um todo, mas para isso não poderia ter desvios de medidas muito grandes. Uma das “manias” de Ford era as especificações das peças, com mínimos e máximos de tolerância, mas não só das peças a serem produzidas, como também as embalagens em que eram entregues. Ford exigia que as embalagens fossem de uma madeira específica, com furações em locais específicos, parafusos, arruelas e porcas todos com medidas e material definidas por ele. Como as peças tinham que ser entregues em caixaria, somada a fama de excêntrico e bom pagador, ninguém discutia. O que não sabiam é que a exigência não era uma excentricidade, mas sim a porta, o assoalho e outras peças que compunham o veículo, bem como parafusos, porcas e arruelas, que eram limpos e a madeira trabalhada já na medida de uso. Ford, ganhava pronto partes do veículo que seriam descartadas como embalagens sem utilidade e assim também reduzia custos e tempo de produção, ou seja, um gênio.
Eu poderia escrever laudas sobre Ford, mas acho que já deu pra ganhar a genialidade dele.