Ontem eu peguei um motorista de app e viemos conversando, ele me contou que veio do interior de Alagoas e está morando em Carapicuíba a 3 anos, veio pra cá sozinho , com 18 anos , me contou que trabalha desde os 9 anos na roça e que ganhava 15 reais trabalhando das 5 as 11 da manhã, e a tarde ia p escola, qnd ele se tornou adolescente começou a ganhar 30 reais pois conseguia trabalhar o dia todo e ir p escola a noite, veio pra São Paulo pq aqui por mais que a vida é difícil ele conseguiu alugar um quarto e cozinha e ainda ajuda a família. E aí hj eu estava em uma entrevista de emprego com minha filha de 16 anos pra jovem aprendiz onde a proposta é ganhar 1200,00 fora os benefícios, e uma reportagem de uma família de 2 adultos e 3 crianças menores de 12 anos que trabalham em um lixão que ganham 500,00 apareceu na tv. Isso me fez refletir bastante, quantas crianças não vivem vidas de crianças pois ou elas trabalham para ajudar suas famílias a se alimentarem ou morrem de fome, aprendem muito cedo a ter uma responsabilidade que não cabe a elas e esquecem de ser crianças.
Qual será o futuro dessas crianças?
O trabalho infantil no Brasil e a fome estão profundamente interligados, formando um ciclo vicioso que perpetua a pobreza e limita o desenvolvimento social e econômico do país. A fome, frequentemente resultante de condições de extrema pobreza, leva muitas famílias a recorrer ao trabalho infantil como uma estratégia de sobrevivência. Crianças são obrigadas a trabalhar para complementar a renda familiar, sacrificando sua educação, saúde e oportunidades de um futuro melhor.
Por outro lado, o trabalho infantil contribui para perpetuar a fome. Crianças que trabalham muitas vezes estão expostas a condições insalubres, longas jornadas e falta de acesso a uma alimentação adequada. Além disso, o afastamento da escola reduz suas chances de qualificação profissional no futuro, perpetuando o ciclo de baixa renda e insegurança alimentar nas gerações seguintes.
Segundo dados oficiais, a fome no Brasil afeta milhões de pessoas, sendo as crianças um dos grupos mais vulneráveis. Políticas públicas que combatam a pobreza extrema, promovam acesso à educação de qualidade e assegurem alimentação escolar nutritiva são essenciais para romper essa relação destrutiva. Investir na erradicação do trabalho infantil e na segurança alimentar é, portanto, um passo indispensável para garantir um futuro mais justo e igualitário para todas as crianças brasileiras.