Comunidade, já faz parte ou está chegando agora?

Fala galera, esse é um tópico que faz tempo está pra eu produzir um texto, mas cada vez que eu sentava para produzir algo a mais me ocorria e agora resolvi postar até para termos um local para trocarmos as diferentes visões individuais em comparação com a definição técnica do que seja uma comunidade.

Eu tenho uma visão clássica sobre a expressão, conjuntos de pessoas: de uma região, grupos com interesses em comum ou que estudam, trabalham e se relacionam num determinado espaço .

Expandindo um pouco mais o assunto, preciso fazer um aparte para podermos diferenciar rede social de comunidade.

O primeiro diferencial é o objetivo e a função

  • Nas redes sociais como Facebook e LinkedIn, o indivíduo está no centro dos relacionamentos. Pense no seu perfil no Facebook: alguns de seus amigos provavelmente se conhecem, mas talvez muitos tenham um relacionamento apenas superficial. Além disso, provavelmente você tem muitos amigos que fazem partes de grupos diferentes e não têm nada em comum. O exemplo da Página da Coca-Cola no Facebook também cabe aqui: os fãs têm uma conexão muito forte com a marca, mas nenhum relacionamento entre si.
    Seus amigos têm uma conexão primária com você, que é o foco desta rede. Mas a conexão entre eles, ou conexão secundária, é fraca ou inexistente. A imagem abaixo ilustra a situação.

O segundo diferencial é a finalidade

  • Nas comunidades, o indivíduo não é o centro do relacionamento: o foco primário é o conjunto de interesses, valores, práticas e comportamentos que identificam um membro daquela comunidade . Primeiro, o indivíduo precisa se comprometer com esse foco primário, e depois ele estabelece uma conexão secundária com outros indivíduos, formando um emaranhado muito mais amplo de conexões, considerando as afinidades, cultura, experiências pessoais e até curiosidade sobre algum tema específico em meio ao universo do foco principal. A imagem abaixo ilustra a situação.

Este compromisso inicial assegura que estas conexões secundárias são mais fortes, profundas e ricas do que aquelas encontradas em redes sociais. Uma comunidade não é só uma lista de indivíduos: ao entrar em uma, o membro afirma sua dedicação àquele interesse em comum, e se compromete a colaborar para atingir os objetivos daquela comunidade.

Imagine, por exemplo, que você vai a uma conferência da sua área de trabalho. Você pode não conhecer todos os presentes, mas consegue assumir algumas coisas sobre eles no que diz respeito ao seu campo de atuação. Na hora de puxar conversa, você tem uma lista de assuntos possíveis com os quais a pessoa pode se identificar. Isto se deve à força dessas conexões secundárias. É mais fácil fazer contato com alguém em uma comunidade do que puxar assunto com um amigo de amigo no Facebook.

Essa diferença dentre as forças das conexões nas redes sociais e comunidades leva a uma diferença entre as atividades que podem ser realizadas em cada uma. Comunidades, com suas fortes conexões secundárias, possibilitam atividades com um grau maior de complexidade.

Citando aqui 3 tipos de atividades com diferentes necessidades de organização:

  • Compartilhamento
  • Cooperação
  • Ação coletiva

O compartilhamento requer o mínimo de organização e, por isso, é ideal para redes sociais. Se você quer compartilhar as fotos daquela conferência, basta criar um álbum na sua rede favorita. Já a cooperação necessária para organizar esta conferência é mais difícil de ser atingida através de uma rede social – é necessário ter canais de comunicação abertos entre todos os membros da equipe, e das possíveis sub-equipes, para que o evento dê certo. Uma rede social, com o foco no indivíduo e conexões fracas entre os membros de sua rede, dificulta a criação e manutenção destes canais, enquanto que, em uma comunidades, os canais provavelmente já existem.

O terceiro item, a ação coletiva, é o mais complexo e que requer maior estrutura organizacional. Neste item, estão os sindicatos, associações, ONGs e outros que estão buscando mudanças em políticas públicas ou padrões profissionais, por exemplo. Para este tipo de atividade, é necessária uma conexão forte entre os envolvidos, canais de comunicação abertos e um compromisso com o objetivo a ser atingido. É muito mais complicado organizar este tipo de atividade em uma rede social, enquanto uma comunidade oferece todo o suporte necessário.

Porém, isso não quer dizer que redes sociais não possibilitem o surgimento de comunidades: os grupos do LinkedIn e do Facebook oferecem uma plataforma melhor para este fim do que a rede em si. No Twitter, várias comunidades se formam em torno de hashtags, como a #ifoodentregapramim, ou a #ifoodno BBB25. Criar e manter estas comunidades, no entanto, requer um esforço de engajamento focado em promover conexões entre os membros, e não na promoção de conteúdo.

Entender a diferença entre uma rede social e uma comunidade faz toda a diferença para que sejam formados esses laços e manter o lugar organizado, vou comparar com uma enorme recepção do SUS, com suas filas absurdas em um dia de chuva. As pessoas vão chegando e para uma interação vão se formando as conexões, onde fatalmente os assunto para iniciar uma aproximação serão: "Dia chuvoso hoje, né? ou Nossa, que chuva os primeiros contatos vão dissertar sobre o assunto, mas ao milésimo que chega, talvez não seja respondido e aí vem o foco da ausência da comunicação, o milésimo deveria ter a percepção que provavelmente esta observação já tenha sido feita por alguns da recepção? Uma outra possibilidade seria no decorrer do dia, ao forma-se a aglomeração e daí os primeiros contato seria indagando o fato da recepção estar cheia, qual seria o número de chamada, se a fila está andando rápido e até qual a sua enfermidade.
Como vê ao mudar o cenário, muda-se também os questionamentos, muda-se as expectativas, porque a pessoa já superou a chuva e agora o problema é pegar o número 1.000 para ser atendido e calcular que horas vai sair de lá.

Ter em mente isso faz toda diferença, entender que o foco da comunidade não está no indivíduo, mas sim na coletividade e a participação deve ser focada em como podemos fazer a diferença, o que pode contribuir para a marca, causa ou interesse máximo na específica comunidade

Particularmente, quando recepciono alguém que posta pela primeira vez, indico as principais leituras para dar um norte a quem chega: Vou deixar três leituras para você já ir se interando, esta, esta e esta e bora fazer amigos e concorrer aos prêmios. Ao meu ver, somente um seja bem-vindo(o) fulano(a) é muito superficial e somado ao fato aue as pessoas que chegam aqui por links principalmente do Canal no Whatsapp, vem pela “cenourinha” do fica, vai ter prêmio, junta-se o lé com cré, não poderia ter outro desfeixo, se é texto que preciso produzir, bora mandar um pizza ou hambúrguer, copiar as intruções da comunidade e quando lê **universo i-Food, entende que a palavra i-Food precisa necessariamente constar no texto e não na essência do texto.

Como sempre faço, gostaria de ampliar e muito esse debate com a percepção de cada um, quem está entrando, quem entrou a pouco tempo e quem é veterano (no sentido de antiguidade e não de emblema) e também dos Foodlovers, porque não?
Tem um clássico texto que costumo usar quando as impressões sobre um assunto se transformam em uma verdadeira Torre de Babel, a parábola do elefante, também conhecida como a parábola dos cegos e o elefante, que é uma fábula que ilustra a tendência dos seres humanos de assumir como verdade absoluta as suas experiências limitadas.

Para quem não conhece, a história conta que um grupo de cegos de nascença é reunido em volta de um elefante para o apalpar. Cada um dos cegos toca em uma parte do animal e diz que ele é parecido com algo, definindo o todo apenas com a parte tocada, como uma parede, uma lança, uma cobra, uma árvore, um abano ou uma corda, e os cegos ficam discutindo e não conseguem chegar a um acordo.

Entre os que já estão aqui na comunidade provavelmente já leram, mas quem está chegando ou chegou a pouco tempo, tem um texto perfeito que pergunta seu motivo em estar aqui na comunidade, este pergunta a sua percepção de comunidade, uma abordagem mais ampla sobre o assu8nto, tem uma enorme diferença e por isso recomendo fortemente para quem não leu o texto da @brunadob que leia, inclusive as mensagens que segue e como estímulo de leitura, pontua e informa.

Bora se expressar, qual a sua percepção de comunidade?

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topconteudo , Ótimo tópico , leitura obrigatária !!!

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Muito boa a sua percepção, acredito que assim como na ONG que faço parte, uma comunidade é para ser uma “reunião de pessoas para construir ou colher algo juntas” pelo mesmo meio essas pessoas vão criando vínculos com o tempo, não porque já se conheciam mas exatamente porque todos estão no mesmo propósito e tendem a se identificar.

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Daí a minha sugestão de leitura do texto da Bruna, por qual motivo você está aqui.
Se a resposta for ganhar brindes, o foco que você muito bem descreveu, já fica comprometido, mas se for um Plus, já dá pra incluir na pauta.

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Bom tópico, bom texto. Acredito que estamos aqui reunidos com o propósito de se sentir parte de um coletivo que pratica a aquisição de alimentos por delivery, entre outros produtos. A riqueza da comunidade está no fato de que somos pessoas muito diferentes com interesses em comum enquanto clientes Ifood, mas a sensação de utilidade e pertencimento nesse coletivo, assim como a possibilidade de conhecer e conversar com pessoas de universos e realidades totalmente diferentes da minha, é muito interessante e até surreal, pois caso não houvesse essa comunidade, eu não me imaginaria conhecendo e aprendendo sobre tantos temas aqui trazidos.
Obrigada @LucianoRezende pelo tópico!

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topconteudo Você já deu aula em escolas ou faculdades amigo??!! Seria um excelente professor, pois tem uma didática maravilhosa e um vasto conhecimento.

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Bom, eu já me expressei sobre o assunto algumas vezes aqui em comentários, assim como nesse tópico:

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Entre os malabarismos que fiz para pagar meus estudos, inclua dois anos de monitoria em Economia na Universidade São Judas, eu já era formado em Administração e cursava Comércio Exterior (Hoje chamam de Relações Internacionais).

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@LucianoRezende Mas isto não é só um
topconteudo
É um Manual de Comunidades :rofl:

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Quem sabe agora as pessoas entendam que não é sobre ELAS, mas sobre NÓS. :roll_eyes:

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Lugar em que deve imperar respeito, compreensão e ajuda mútua.

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